21 abril 2016

Fly over me, evil angel

Todo esse tempo acreditei estar no limbo do fundo do poço, mas foi quando eu te perdi que soube, sempre houve uma luz lá de cima, ela se foi depois de ti. Foi aí que descobri o quão fundo eu havia mergulhado quando te perdi. Me fez jurar naquela noite que eu iria continuar forte, viver a vida e não deixar ninguém me dizer como fazê-la. Irônico, já que você era quem me mantinha viva, quem me tirou da bruta existência e me fez viver de verdade. 
Me diga agora em quê devo acreditar se não me sinto mais viva, mas ainda sou capaz de sangrar. Até refaço nossos passos na estupida esperança de lhe encontrar e acordar deste pesadelo fúnebre. Meus motivos todos incluíam você, agora busco desculpas para evitar todos eles.
Quem vai me abraçar nas noites de chuva ou me receber com um sorriso de certezas que põe fim em todas minhas dúvida, me dizer que nenhum problema é tão grande quanto o tamanho do céu? E sabe o clichê "viva cada dia como se fosse o último",  naquela noite de outubro foi seu último. Na verdade o meu também, mas a diferença é que só o me coração continua pulsando para sobreviver, para manter o que restou da matéria em partes tocável, das sugestões que se foram junto contigo.
Nunca lhe disse adeus, e como não sei quando nos veremos novamente, então por hora  me resta dizer, durma bem meu anjo.    

18 abril 2016

Qual ponto é o ponto final?

Quando chega o ponto em que você sente um caminho vazio que vai da tua boca ao coração e você tenta preencher com a primeira droga que vê pela frente, seja com a fumaça de um cigarro, com o gole de uma bebida ou com meias palavras de um qualquer. Quando eu chego ao ponto de não me importar com o que eu mais me importava e nem se quer me assustar com idéias sabotadoras que surgem. Quando eu perdi a convicção que eu tinha antes. Amadurecimento junto ao rebelamento ou cansaço e empatia? Quando eu deixei de ser quem eu quis me tornar? Por que ficou tão fácil desistir de si próprio? Eu não consegui acompanhar o tempo ou ele simplesmente parou só para mim? Talvez eu tenha deixado minha coragem de baixo da cama, junto com os antigos monstros que me assombravam nas gélidas noites em que um abraço de mãe não era capaz de tampar os buracos semeados na minha mente, regadas por palavras diariamente ditas de quem nunca teve moral nenhuma. Acabaram apertando tanto o local ferido ao invés de deixa-lo respirar, talvez eu estivesse melhor se não fosse isso e ponto.



14 abril 2016

Pra você, o meu melhor abraço

Pra você eu guardei o meu melhor abraço.

E eu não costumo abraçar  a maioria delas, não que seja couraça muscular, fobia social ou coisa do tipo. Se bem que vindo de mim pode vir a ser psicológico.
Vou tentar te explicar, e desculpe se ficar confuso, você sabe o quanto eu tropeço nas palavras:
Tenho um olhar individual pras pessoas, cada singularidade delas requer uma resposta e intenção minha. E eu nao quero desperdiçar meus toques, distribuir atenção  ou partilhar carinhos que são únicos por ti, percebe o quão errado é direcionar uma força, com toda intensidade e uma emoção para um ponto que pode não absorver nada? Não gera uma resposta ao meu estímulo. E não tem nenhuma sinapse entre essas pessoas. Percebe o quão perigoso é isso?
É o que uma deficiencia de comunicação acaba gerando, erros de interpretações, desejos premeditados e quando você menos espera ama uma pessoa que não compartilha das mesmas transmissões que ti. Isso é um puta desperdício de tempo e energia.
Você sempre soube das minhas intensidades e que por conta disso tudo deve ser nas extremidades. E meu bem, você é meu polo atrativo.

11 abril 2016

A outra face no espelho e a entidade


Não, você não sabe o que é se olhar contra o espelho e não se enxergar, ou só absorver uma imagem distorcida do que restou das guerras vencidas contra você mesmo.
Olheiras acentuadas, bolsas que antes não estavam lá, parece até que seu rosto está maior. Os olhos perderam seu brilho natural, agora o que brilha é a lágrima que se recusa a cair na frente dos outros sobreviventes. Aí você se deita, é levada pela idealização da felicidade, onde esta lhe busca e proclama: "segure minha mão, temos um plano. Prometo não desistir de você se você não desistir de mim." É real, é bem real, e amortece os demônios da sanidade.
O sinal toca e somos obrigados a nos despedir, por hora, mas prometo voltar o mais rápido possível, e de fato a conexão não se quebra, não passa um segundo sem que minha mente esteja procurando meios de voltar para seus braços, mas infelizmente devo me manter acordada devido as circunstâncias. 
Não demora a se tornar meu único objetivo do dia ser buscada pela entidade que preenche minhas lacunas, minhas tatuagens vazadas, os espaços entre meus dedos, unimos nossos lábios e me entrego a ela. Sou prisioneira da minha felicidade projetada na insanidade. E não estou disposta a abandonar meu anjo caído.