03 maio 2016

Análise equivocada de um desconhecido

Partimos do pressuposto onde eu sou perfeitamente capaz de uma manobra como esta. Passo a te observar em menores intervalos de tempo, daí tirei minhas conclusões, baseadas em meus anos de observação social já que eu era obrigada a ficar sozinha nos intervalos na época do ginásio.

Na sala de estudo descubro tua presença, e fui pega por um fascínio instantâneo, devo admitir. O ser do sorriso branco e de suéter cinza com os cabelos perfeitamente alinhados e assistência agradável. Tens uma feição serena, não se distrai com pequenos estímulos, um norteador , com o livro em mãos, transparece confiança e convicção no que afirma. Em seu penal apenas um lápis e uma caneta preta. Não costuma mudar de decisão fácil, não é? Ou se deixar convencer. Um sádico calculista e meticuloso de sorrisos curtos. E esse seu suéter cinza e seus óculos discretos, tens uma metodologia própria e procura resolver as coisas sozinho. No ambiente rodeado por indivíduos movidos a cafeína, és o único sem um copo, pergunto-me se consegue dormir uma noite toda e se não tem crise de ansiedade ou mania de procrastinação, não estou tão perto assim para ser capaz de consolidar tais estatísticas a partir de suas olheiras. Dotado de uma beleza normal, incluindo sua voz imperativa. 
Deve ter feito um bom trabalho. Todos se levantam e vão para as escadas de saída. Não é daqueles que busca deixa dúvidas na cabeça dos outros, construiu sua imagem e é conhecido por ela.
Posso estar totalmente equivocada em minha tese, e você ser o mais irresponsável da rodinha, o desinteressado e procrastinador e todos os tempos, mas sem sombra de dúvidas tem algo que não se pode negar, foi que tua presença foi notada, e não costuma ser esquecida à toa. 

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